Mapa dos centros de formação em comunicação traz detalhes sobre ensino de jornalismo
Por Denise Eloy
O Mapa dos centros e programas de formação de comunicadores e jornalistas na América Latina e Caribe constitui uma importante e recente pesquisa sobre o ensino de comunicação e jornalismo na América Latina. Finalizado em 2009, ele conta em detalhes a situação de cada país, dividindo-os em grandes blocos, de acordo com suas características e estados de avanço, e acredita que o papel fundamental do jornalismo para o impulso da democracia gera uma alta demanda de comunicadores e jornalistas com alto nível de formação.
É importante ressaltar que o mapa enfatiza a falta de informações oficiais, com algumas exceções, o que dificulta a pesquisa sobre o ensino de jornalismo, e comunicação mais amplamente. Em alguns casos, encontrou-se associações de universidades relacionadas ao governo, que possuíam bases paralelas de dados, tornando também a informação mais confusa.
As páginas das universidades também se encontram desatualizadas, com telefones e e-mails inválidos e ausência de dados importantes. Logo, a situação do ensino de jornalismo na América Latina padece de uma atenção geral, por parte de instituições governamentais e da própria efetividade da comunicação das universidades.
Qualidade do ensino
Para além de informações de metodologia, o mapa realça a heterogeneidade da qualidade do ensino de comunicação e jornalismo na América Latina. Enquanto alguns países já possuem um nível mais avançado em termos acadêmicos, outros parecem estar iniciando na área – caso da região central da América e do Caribe. E não só entre os países isso ocorre, mas também dentro de cada um, com discrepâncias entre escolas e universidades.
A pesquisa ainda pontua a diferença entre universidades públicas e privadas: “El carácter público o privado de las instituciones de enseñanza tiende a marcar significativamente la calidad de la formación de comunicadores y periodistas. Las universidades públicas parecen mantener el prestigio ganado con los años y a invertir en investigación, aunque en muchos casos se encuentren muy masificadas y en constante crisis; mientras las privadas –sobre todo las que se orientan a la profesionalización– tienden a invertir en equipos e infraestructura, descuidando muchas veces el área académica”.
Oferta de trabalho e demandas atuais
O mapa chama atenção para a questão de que os centros de ensino não conheçam bem as demandas do mercado e os interesses dos estudantes. Além disso, demoram a atualizar seus planos curriculares para adaptar-se a às novas gerações e novidades do jornalismo.
Da mesma forma, a oferta de trabalho é variada. Enquanto estudantes de alguns países ingressam em cargos de trabalho relacionados à consultorias, gestão comunicacional de empresas e entidades governamentais, no México, por exemplo, a especialização na formação é comum, implicando a construção de diversos perfis específicos de comunicadores.
Quanto aos obstáculos que essas instituições enfrentam, eles devem muito à condição sócio-econômica de cada região, às culturas próprias das escolas e universidades e ao nível de formalização dos sistemas de acreditação.
O informe aponta a importância de se estudar a situação do ensino de comunicação no contexto da sociedade latino-americana contemporânea. A partir disso, ele tece algumas observações, que se destacam em meio à pesquisa. Entre elas, encontram-se a questão da sociedade da informação e suas novas demandas e a globalização e os vínculos entre universidades e empresas. Este ponto oscila entre as universidades ditas voltadas para o mercado e aquelas com um caráter de formação mais humanística.
O mapa também propõe a formação de comunicadores rodeada de quatro elementos básicos: a formação acadêmica, artística, técnica e profissional. Diz ainda que a maior tendência vista atualmente se concentra nas áreas técnica e profissional (“aquellas que forman comunicadores competentes en el manejo de tecnologías y saberes aplicativos”). Quanto aos outros dois pontos, tem-se outra conclusão: “La perspectiva académica ha ido perdiendo preeminencia desde los años noventa, debido a las exigencias del mercado y a la fascinación de éste por el dominio de técnicas y herramientas en desmedro de una perspectiva crítica. Sin embargo, la formación artística (en los campos del diseño y de la producción audiovisual), si bien minoritarias, ha tenido presencia social y reconocimiento público, incluso a nivel internacional”.
Quer saber mais?
O informe final do mapa pode ser conferido aqui.
Acesse também o portal oficial aqui.
Você tem dúvidas de como funciona a acreditação em cada país? Confira informações aqui.
[…] Leia a matéria sobre o mapa produzido pela Felafacs. […]