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Jornalista por formação, assessor de imprensa por opção

publicado por redacao on 08/12/2011 – 02:24nenhum comentário

35% dos estudantes de jornalismo e de comunicação do Chile acabam trabalhando na área de relações públicas

por Stephanie Kim Abe

O expressivo número de alunos chilenos formados em jornalismo ou comunicação de massa que exercem funções como assessoria de imprensa ou comunicação estratégica mostra o quanto as duas profissões estão relacionadas no país. Tanto que os jornalistas e relações públicas chilenos sentem-se parte de uma mesma comunidade profissional e acreditam que a profissão jornalística não se restringe apenas a trabalhar na mídia.

Assim como em muitos outros países, no Chile, a falta de vagas de jornalismo e a melhor remuneração e estabilidade no mercado de relações públicas levam os jornalistas a escolher trabalhar nessa área em vez de redações e empresas jornalísticas. Além disso, as teorias em relações públicas não são tão desenvolvidas quanto às do curso de jornalismo, e os empregadores dessa área preferem contratar profissionais com experiência em mídia e jornalismo. Tanto que, até o final de 2009, mais de 80% daqueles que trabalhavam em relações públicas eram jornalistas profissionais. Apesar do cenário no mercado de trabalho, essa realidade ainda não transparece na grade curricular dos cursos universitários de jornalismo chilenos, que possuem menos de 10% de suas matérias especificamente relacionadas a relações públicas.

Comunicador polivalente latino-americano

Os cursos de comunicação do Chile seguem os parâmetros do Centro Internacional de Estudios Superiores de Comunicación Para América Latina (Ciespal). Desde o fim dos anos 1960 as universidades de comunicação do país incorporaram matérias de comunicação estratégica e organizacional na grade de jornalismo, como passou a incentivar o Ciespal para trazer uma solução para a falta de vagas para jornalistas e a insatisfação dos meios de massa com a formação dos recém graduados na época. Com essas novas diretrizes, o órgão pretendia formar um “comunicador polivalente”, que teria as possibilidades ampliadas no mercado de trabalho, tanto em direção a empresas de jornalismo como a centros de investigação de mercado e de opinião pública, escritórios de relações públicas, entidades públicas etc.

Essa formação mais abrangente deu ainda mais vantagens aos estudantes de jornalismo na disputa por vagas relacionadas a relações públicas, já que só eram oferecidos cursos, seminários e formação técnica aos profissionais de relações públicas. Mesmo passados mais de 45 anos desde o surgimento da primeira assessoria de imprensa no Chile – criada em 1953 -, o curso não conseguiu se fortalecer tanto quanto o de jornalismo no país. Prova disso é que apenas sete universidades chilenas apresentam curso de relações públicas, enquanto existem 50 faculdades de jornalismo chilenas.

Ética e identidade

Por causa da proximidade dessas duas áreas há aqueles que relutam em aceitar relações públicas como um campo distinto do jornalismo. As definições um tanto nebulosas entre o que cada uma dessas profissões exerce tem reflexos principalmente nas questões éticas desses campos, sendo o jornalismo uma profissão comprometida com o serviço público e a independência editorial, enquanto o profissional de relações públicas se preocupa com a estratégia de comunicação voltada aos interesses de seus clientes ou empregadores.

Os pesquisadores Claudia Mellado, da Escola de Comunicação da Universidad de Santiago, no Chile, e Folker Hanusch, da Escola de Comunicação da University of the Sunshine Coast, na Austrália, explicam, em estudo publicado na revista acadêmica Public Relations Review em novembro de 2011, dois motivos para a falta de identidade de relações públicas: a universidade pode não estar gerando esse conceito de identidade nos seus estudantes e apenas preparando-os para a prática de sua profissão ou essa distinção entre as duas áreas de comunicação que os estudantes aprendem na faculdade vai sendo destruída conforme se colocam no mercado de trabalho. Para os estudiosos, essa relação próxima que as duas carreiras apresentam disputando as mesmas vagas mostra que os jornalistas e relações públicas chilenos possuem mais similaridades do que diferenças.

Fontes:

MELLADO, Claudia e HANUSCH, Folker. COMPARING PROFESSIONAL IDENTITIES, ATTITUDES AND VIEWS IN PUBLIC COMMUNICATION: A STUDY OF CHILEAN JOURNALISTS AND PUBLIC RELATIONS PRACTITIONERS. Public Relations Review, 2011.

FERRARI, Maria Aparecida. PERSPECTIVAS LATINO-AMERICANAS DAS RELAÇÕES PÚBLICAS: TRAJETÓRIA DA ATIVIDADE E DA PROFISSÃO. Apresentado no VII Encontro Científico da Associação Latino-Americana de Investigadores da Comunicação (ALAIC), 2004. (http://www.alaic.net/VII_congreso/gt/gt_12/GT12-16.html)

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