Faculdades de Jornalismo no Brasil
Algumas das principais instituições de ensino que possuem graduação na área
por Marcela Cataldi Cipola
Atualmente, não é possível quantificar quantas faculdades possuem cursos de jornalismo no país. De acordo com o Censo do Ensino Superior de 2005, feito pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP), naquela época havia mais de 300 cursos espalhado pelo Brasil. Depois disso, em 2009, o Supremo Tribunal Federal julgou inconstitucional a obrigatoriedade do diploma de jornalismo para exercer a profissão e muito se especula sobre a queda ou não na procura desses cursos, e assim, uma possível baixa no número de instituições que oferecem essa graduação. Entretanto, ainda há muitos dados conflituosos e pouco confiáveis, mas estima-se que hoje em dia existam mais ou menos 350 faculdades que possuem jornalismo em território nacional, entre instituições públicas e privadas.
Fundado na década de 1940 em São Paulo, o curso de graduação da Faculdade Cásper Líbero foi o pioneiro no país. Até hoje o jornalismo é uma graduação no Brasil e o curso pode durar quatro ou cinco anos. Ainda, segundo regulamentação do Ministério da Educação, o estágio não é obrigatório e os programas dos cursos devem conter aulas teóricas e práticas.
A pioneira no Ensino de jornalismo na América Latina
A primeira faculdade do país e da América Latina a se dedicar à área foi a Cásper Líbero, em São Paulo. Ela foi criada em 1947, a pedido do jornalista e empresário Cásper Líbero, que registrou a vontade de ter uma instituição superior voltada para o ensino de Comunicação Social no seu testamento. Nos dias de hoje, a Faculdade é mantida por uma fundação homônima e mantém cerca de três mil alunos matriculados nos cursos de jornalismo, relações públicas, publicidade e propaganda e rádio e TV. Há também 124 professores na instituição, além de 84 funcionários. Só no curso de jornalismo há cerca de 800 vagas (400 para as turmas do período matutino e a mesma quantidade para o noturno).
Escola de Comunicações e Artes da USP
A faculdade de jornalismo da Universidade de São Paulo
Criada no ano de 1966, a escola estadual de jornalismo da Universidade de São Paulo é a única que possui um curso público na cidade e fica localizada na Cidade Universitária, um dos campi da USP. O CJE – Departamento de Jornalismo e Editoração já formou 1.154 bacharéis em jornalismo e 286 em Editoração. De acordo com a instituição, o currículo divide-se em três partes: a introdutória, que aborda diversos campos do conhecimento; a segunda que é dedicada ao aprofundamento na formação profissional; e a última, voltada para o aprofundamento na formação complementar. A ECA é uma faculdade pública e gratuita. Todos os anos, 60 alunos entram no vestibular da USP (a Fuvest), o mais concorrido processo seletivo para universidades do país. Atualmente existem um pouco mais de 240 estudantes de jornalismo no CJE.
Universidade Federal de Santa Catarina
Uma das mais importantes da região Sul do país
O curso de jornalismo da UFSC foi fundado em 1981, com o intuito de suprir a carência desse tipo de formação na região. Hoje, ele desponta como um dos melhores do país. De acordo com a instituição, o curso de jornalismo de lá nasceu durante a ditadura militar comprometido com a democracia. E, segundo seu primeiro coordenador, o professor Moacir Pereira, o lema do curso era: “liberdade, consciência crítica e responsabilidade”. Assim como na ECA, 60 alunos ingressam no curso de jornalismo por ano, portanto, a faculdade possui hoje cerca de 240 estudantes matriculados. As aulas na UFSC são gratuitas, já que a universidade é federal.
UNB – Faculdade de Comunicação
A universidade de Brasília é uma das mais relevantes da região central do Brasil
Assim como a Universidade, a graduação em jornalismo foi criada em 1962. “Antes da implantação das primeiras unidades da estrutura permanente da UnB, foi decidida a criação do que denominamos ‘Cursos-Tronco’ para atender a demanda de ensino superior dos jovens cujas famílias haviam se transferido para Brasília”, conta o professor e jornalista Pompeu de Souza, idealizador e fundador do Curso de Comunicação da Universidade de Brasília. Um terço da graduação é de disciplinas que se dedicam ao conteúdo geral de comunicação, assim, durante esse tempo as aulas são as mesmas para todos os alunos. No quartos semestre é feita a escolha da habilitação (jornalismo, publicidade e propaganda ou audiovisual). Há cerca de 50 vagas para comunicação social todos os semestres e a instituição é federal e, assim, o ensino não é pago.